sábado, 19 de junho de 2010

TRATAMENTOS PARA INDIVIDUOS USUÁRIOS DE DROGAS





13 princípios que podem servir de base ou guia na hora de avaliar serviços de tratamento.

Não existe “o melhor tratamento”, existem práticas mais eficazes que outras. Os indivíduos podem desenvolver dependências por vários motivos, então não há como estabelecer um protocolo de tratamento universal.

O tratamento deve estar disponível prontamente. A motivação para o tratamento é a maior dificuldade no tratamento das dependências. Ter um serviço pronto para receber o dependente no momento em que ele está disposto a deixar a substância é fundamental.

O tratamento efetivo abrange todos os aspectos da vida do indivíduo, não apenas a dependência química. O dependente químico é um indivíduo que desenvolve vários papéis: na família, no trabalho, no estudo, na sociedade. Atender essas necessidades é importante para garantir a recuperação.

O tratamento do indivíduo deve ser avaliado continuamente e modificado quando necessário para garantir que o plano esteja adequado às necessidades. Com o passar do tempo, o plano deve ser readequado e as estratégias, repensadas. A abordagem deve ser adequada à idade, gênero, cultura e situação social da pessoa.

Permanecer no tratamento pelo tempo adequado é um fator crítico. As pessoas geralmente abandonam o tratamento prematuramente, portanto os programas devem possuir estratégias para aumentar o engajamento e manter os pacientes no processo.

Aconselhamento (individual ou em grupo) e outras terapias comportamentais são componentes críticos de um tratamento eficaz para a dependência. A terapia tem como objetivo resolver questões de motivação, ajustamento, treinamento de habilidades e melhorar a capacidade de resolução de problemas. Também facilita as relações interpessoais e a convivência em comunidade.

A medicação é uma parte importante do tratamento para muitos pacientes, especialmente quando combinada com aconselhamento e outras terapias comportamentais. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a medicação pode ajudar na promoção e na manutenção de abstinência para muitos pacientes. Para pacientes com outros transtornos mentais, tanto a terapia quanto a medicação são fundamentais.

Indivíduos dependentes ou abusadores de drogas com comorbidades devem ter as duas condições tratadas de forma integrada. Geralmente, a dependência química está associada a outro transtorno clínico (p.ex.: depressão, transtorno bipolar I ou II, esquizofrenia) ou da personalidade. Mais que determinar quem veio primeiro, é importante tratar de forma integrada o indivíduo (ao contrário do tratamento da condição por si só).

A desintoxicação é apenas o primeiro passo do tratamento da dependência e, sozinha, tem pouco efeito no longo prazo. A desintoxicação, com uso de medicamentos para eliminar sintomas agudos de abstinência, é extremamente recomendada para algumas pessoas mas não garante a abstinência no longo prazo.

O tratamento não precisa ser voluntário para ser eficaz. Esse é o princípio mais polêmico. O uso de drogas afeta a motivação pessoal. Estudos não encontram diferença no longo prazo entre pessoas que buscaram a abstinência por conta própria ou aquelas que foram levadas a tratamento por suas famílias ou pelo sistema judiciário.

É possível que haja algum uso de substância durante o tratamento e isso deve ser monitorado constantemente. Lapsos podem acontecer durante o tratamento, o que justifica o monitoramento constante (inclusive através de testes de laboratório). Pacientes que tenham recaídas devem usar esses episódios para aprenderem a conviver com a proximidade das drogas mantendo uma distância segura.

Os programas de tratamento devem avaliar HIV/AIDS, hepatite B e C, tuberculose e outras doenças infecto-contagiosas, bem como prover aconselhamento para evitar ou modificar comportamentos de risco. O aconselhamento pode ajudar os pacientes a evitar comportamentos de alto risco (compartilhamento de seringas ou cachimbos, sexo sem proteção). Além disso, é importante auxiliar as pessoas que já convivem com essas doenças.

A recuperação da dependência química é um longo processo e frequentemente requer vários episódios de tratamento. Como outros pacientes crônicos, dependentes químicos estão sujeitos a lapsos que podem acontecer após períodos de sucesso do tratamento. O acompanhamento de longo prazo, em grupos de auto-ajuda e aconselhamento, pode aumentar o sucesso do tratamento e diminuir as chances dos lapsos se tornarem recaídas.

Psicologia do Esporte

A psicologia do esporte é uma área da psicologia que visa promover a saúde, a comunicação, as relações interpessoais, a liderança e a melhora do desempenho esportivo. A primeira etapa para promover a saúde é ajudar o atleta a saber por que escolheu determinado esporte e quais são os seus objetivos em relação a ele. Quando o atleta conhece o que o mantém treinando, quais os esforços obtidos ao realizar aquele esporte, tem mais condições de prever e controlar seu comportamento. Muitas vezes o que mantém o atleta treinando, são esforços naturais, conseqüências do desempenho da modalidade esportiva. Mas outros reforços também podem estar em curso, o que pode fazer com que o treino gere sofrimento.
Um exemplo é quando o atleta treina para obter a atenção da família, do treinador e a atividade esportiva em si, não é reforçadora. Para esse atleta não adianta trabalhar somente com técnicas para a melhora do desempenho, mas sim mostrar que há outras maneiras de se obter a atenção, talvez através de outro esporte que lhe desse prazer.
É imprescindível que o atleta aprenda a identificar as condições que estão mantendo o seu comportamento, assim ele poderá ter mais convicção e compromisso com o esporte. É o compromisso que permitirá o trabalho com as técnicas para a melhora do rendimento.
Em relação a melhora do desempenho, os aspectos trabalhados são ; planejamento, propriocepção e concentração.
No planejamento, os objetivos são definidos através de uma análise das condições ambientais, de forma que as tarefas propostas sejam reforçadoras.
Em relação a propriocepção o objetivo é ensinar o atleta a discriminar o que está acontecendo neste sistema que transmite a estimulação dos músculos, articulações e tendões do esqueleto e de outros órgãos envolvidos na execução do movimento. Aprender a discriminar o que está acontecendo neste sistema, isto é aumentado-se a propriocepção, tem se melhores condições de organizar os esforços necessários para a atuação esportiva.
O trabalho de concentração visa ensinar o atleta a focalizar a atenção naquilo que é relevante . Para isso o atleta tem que saber o que é relevante no seu esporte e o que é relevante para ele no momento da competição.
Neste contexto o psicólogo do esporte vai ensinar o atleta a se comportar de maneira mais eficaz sob determinadas condições. Vai ensiná-lo como, aonde, com que intensidade, por quanto tempo se concentrar.
Trabalhar a concentração é fundamental, já que ela varia de esporte para esporte e, também num mesmo esporte podendo ser distributiva e ou concentrativa.
Em esportes coletivos trabalha-se também a comunicação visando a coesão do grupo , as relação interpessoais e a liderança. Otimizando os processos de interação, a organização do grupo e a condução do grupo para os objetivos planejados.
Um dos suportes principais também é o emocional, proporcionando condições para lidar com as cobranças, expectativas, competitividade, derrotas e vitórias e as conseqüências socioeconômicas que isso pode trazer para a vida do atleta e do treinador.
Infelizmente muito do que se tem visto no trabalho dos psicólogos do esporte são os chamados "pronto socorro psicológicos" (trabalhos psicológicos feitos em caráter emergencial, de curta duração nos clubes) e que acaba sendo um erro de percurso.
Recentemente foi veiculada pela mídia uma entrevista feita ao técnico da seleção Brasileira (Dunga), disse ele que seus jogadores não precisa de psicólogo, estão todos bem da cabeça. Não é o que demostraram ao embarcarem para a África do Sul, o que se viu foi muitos jogadores ansiosos e estressados.
Alguns obstáculos ainda devem ser vencidos para ser ter esse tipo de trabalho, sendo que o principal deles é a falta de conhecimento e a postura conservadora dos dirigentes e treinadores, que devem ser desafiadas. Só assim os atletas poderão receber a totalidade dos benefícios que lhe são devidos.

Escrito por Jonas Gerhardt Ventura

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Métodos Atuais Utilizados no Tratamento do Individuo Usuário de Drogas




A droga é um dos temas que mais preocupa a sociedade, desde o indivíduo no meio social até os poderes públicos, pois é uma consequência que não envolve sempre a classe baixa, mas também afeta famílias de classes média e alta. Sabe-se também que o público-alvo das drogas são os adolescentes, ocasionando assim violência, desestruturação familiar entre outros (Aquino, 1998).
Na fase da adolescência é onde o indivíduo se sente com liberdade de expressão, apesar de ser um período de perdas marcantes, pois está saindo de um contexto familiar onde era tratado como uma criança, necessitando de afeto, atenção e cuidados, para um mundo onde o que mais importa é o que está fora deste contexto, é o novo, o diferente (Aquino, 1998).
Para o adolescente não existe passado e nem futuro, o que lhe importa é o que está vivendo naquele presente, e com isso traz consigo consequências nem sempre favoráveis, podendo chegar a um ponto que não tem mais volta (Aratangy, 1999).
Com toda esta mudança na vida de um adolescente para o mundo adulto em uma sociedade, isto pode significar revoltas, impertinência e delinquência, e assim abrindo espaço para as drogas (Lescher, 1996).
O adolescente começa a utilizar a droga, às vezes por simples curiosidade através de amigos, para saber qual a sensação que lhe proporciona o que pode despertar tão grande prazer que, depois da primeira vez, tornar-se difícil abandoná-la (Aquino, 1998).
No entanto, para os adolescentes o uso de drogas está relacionado à vontade de experimentar, para mostrar aos amigos que também consegue, porque é proibido, para curtir a noite, buscar a felicidade, divertir-se, aliviar os sofrimentos, fugir da realidade em que vivem, sentir-se melhor (Salles, 1998).
A descoberta das drogas se inicia quando o adolescente se afirma no meio escolar, começando o processo de socialização e interação com novos amigos (Lorencini, 1997).
Sabe-se que na juventude o indivíduo faz uso indevido de substâncias lícitas e ilícitas, por achar que é apenas experimentação. Nestes casos, começa a usar o álcool, o cigarro, e às vezes chega às drogas sem nem mesmo perceber (Fleig, 2005).
Segundo pesquisas, o excesso de álcool e cigarro, comparado à maconha e à cocaína, pode provocar prejuízos à sociedade, nas relações sociais do indivíduo com a família, com o trabalho e com a escola (Lorencini, 1997).
Existem vários recursos eficazes que se articulam entre profissionais e adolescentes que permitem bons resultados, quando há possibilidade intervenção: acompanhamento terapêutico, escuta singular, a internação hospitalar, o contato com a família, os recursos socioeducativos e culturais, entre outros (Carlini, 1997).
A escola tem se constituído um espaço favorável para a prevenção das drogas, devido a intensa preocupação com o seu avanço, sendo o objetivo centrar na consciência de que quanto mais realizado o indivíduo estiver, menores as chances de se envolver com as drogas (Carlini, 1997).
Para isso, é necessário atenção de profissionais da área da educação, saúde e principalmente de governantes, que têm o dever de oferecer um futuro com melhores condições para os jovens, sendo importante que este tema específico das drogas seja discutido desde as primeiras descobertas do adolescente, seus prejuízos, suas perdas, podendo assim ser implementadas medidas preventivas (Salles, 1998).
Sendo assim, a prevenção ao uso de drogas nas escolas ou em qualquer instituição tem o objetivo de levar as informações corretas e não preconceituosas, abrindo canais de participação entre os adolescentes, esclarecendo quais os tipos de drogas, seus efeitos e consequências na vida do indivíduo (Aratangy, 1999).

TIPOS DE TRATAMENTOS

1- Abordagens Médico-Farmacológicas:

Incluem hospitalização para desintoxicação e tratamento de doenças relacionadas à dependência; tratamento psiquiátrico convencional; cirurgia cerebral (lobotomia); uso de drogas psiquiátricas; tratamento não-psiquiátrico com clínico geral; terapia de manutenção com opiáceos e terapias com antagonistas.


2- Abordagens Psicossociais:

Incluem psicoterapia psicanalítica; psicoterapia de apoio; psicoterapia e orientação familiar sistêmica; terapia comportamental; psicoterapia de grupo (comportamental, centrada na pessoa, psicanalítica) e, ainda, aconselhamentos baseados no uso da autoridade racional (Milby, 1988).
Nas abordagens psicossociais há duas direções principais no tratamento dos fenômenos relacionados ao consumo de substâncias. A primeira é a abordagem psicodinâmica, de acordo com a qual o problema com drogas é uma manifestação externa das perturbações psicológicas do usuário, ou seja, uma neurose.
A segunda considera como aspecto central o comportamento relacionado com a procura e utilização de substâncias psicotrópicas. A partir dessas concepções são desenvolvidos vários modelos de tratamento, de organização de serviços assistenciais e de treinamento de profissionais (Milby, 1988).
Os terapeutas podem tratar os pacientes segundo enfoque psicodinâmico e realizar pesquisas sobre tratamento segundo abordagens biológicas e comportamentais.
Segundo Marlatt e Gordon (1993) a abordagem da Prevenção da Recaída tem como objetivos: modificar as crenças e expectativas acerca do uso de droga; identificar e antecipar as situações de risco para a recaída; aprender habilidades e estratégias de enfrentamento e de manejos de situações de risco e promover amplas modificações no estilo de vida dos pacientes.
Conforme cita Marlatt e Gordon (1993) foi criada a abordagem Prevenção de Recaída para o tratamento dos comportamentos aditivos, alicerçada nos princípios da teoria do aprendizado social de Bandura e na Terapia Cognitivo-Comportamental.
Trata-se de um programa de autocontrole que propicia aos indivíduos o movimento para uma posição onde são mais capazes de assumir responsabilidade pelo seu processo de mudança. Também é dedicado à melhora do estágio de manutenção do processo de mudança de hábitos, e visa a ensinar os indivíduos a lidar com o problema de recaída, destacando, para tal, a importância dos processos cognitivos e do autocontrole. Esse modelo focaliza-se, principalmente, nos comportamentos (Marlatt & Gordon, 1993).
As estratégias de treinamento de habilidades introduzem respostas cognitivas e comportamentais para o enfrentamento de situações de alto risco (Marlatt & Gordon, 1993).
Destaca Beck (1999) que os estímulos de alto risco são disparadores, internos e externos, que motivam a pessoa dependente a usar drogas. A identificação destes estímulos, por parte do paciente, lhe possibilitará examinar as suas crenças sobre as drogas e o ajudará a praticar estratégias para enfrentá-los.
Ainda diz Marlatt e Gordon (1993) que o programa de modificação no estilo de vida busca oferecer um melhor equilíbrio entre as fontes de estresse e o repertório de respostas de enfrentamento na vida do cliente.
Há três maneiras de adquirir-se uma melhora transituacional da capacidade de enfrentamento: pela introdução de atividades novas e gratificantes no estilo de vida do indivíduo (exercícios e relaxamento, por exemplo); pelo senso de aumento da auto-eficácia devido ao domínio de novas habilidades de enfrentamento no estilo de vida; e pela variedade de efeitos benéficos para o bem estar físico e subjetivo do cliente, adquiridos pela prática regular de exercícios e relaxamento (Marlatt & Gordon, 1993).


3- Abordagens Socioculturais:

Englobam as metodologias seguidas pelas Comunidades Terapêuticas e os Grupos de Narcóticos Anônimos.
A concepção fundamental, na abordagem sociocultural, é a da utilização de atividades grupais que visam estabelecer um ambiente terapêutico (socioterapia), que, por sua vez, viabiliza a consecução dos objetivos de tratamento. A ênfase recai sobre os processos de socialização e na manipulação destes. Nessa abordagem, destacam-se as Comunidades Terapêuticas e as Comunidades Autônomas. A tônica básica da recuperação é atribuída à abstinência. O uso de drogas e a violência física entre os residentes são proibidos.
Os membros admitidos no programa ocupam-se com tarefas de arrumação, práticas esportivas, atividades físicas, artísticas e reuniões terapêuticas. Infrações disciplinares estão sujeitas a punições, e comportamentos adequados são reforçados pela aquisição de mais prestígio social, o que significa maiores responsabilidades, privilégios e poder social institucional. Os residentes, chamados de comunitários, participam da elaboração dos regulamentos, incluindo as condições de admissão e desligamento (Milby, 1988).
Solicita-se aos comunitários a participação nas atividades gerais e nos grupos terapêuticos. Valoriza-se a franqueza e a exposição de atitudes e comportamentos passados e atuais. Estes são objeto de análise e crítica pelos demais.


4- Intervenções Baseadas em Abordagens Religiosas:

Às vezes, nessas abordagens, inclui-se o trabalho de médicos, psicólogos e assistentes sociais, mas o enfoque institucional básico é a doutrinação religiosa e o aconselhamento espiritual. Há, no Brasil, várias instituições de caráter religioso atuando na recuperação de drogados. O modelo de trabalho adotado difundiu-se para outros centros de recuperação do País. A entidade, apesar de ter fundamentação religiosa, conta com os serviços de uma equipe multiprofissional (Milby, 1988).
A espiritualidade é uma poderosa dimensão da experiência humana e tem se apresentado com crescente importância e diversidade no mundo em constantes mudanças no qual se vive hoje. Entretanto, por longo tempo foi rejeitada na prática clínica de psicoterapeutas e médicos, impedindo-os de enxergar sua vital importância na compreensão do cliente como um todo (Bruscagin, Savio, Fontes & Mendes 2008).
Bucher (1985) comenta que essas formas de atendimento, “práticas de desintoxicação pela religião”, são uma variação do modelo comportamental. Elas preconizam uma disciplina rigorosa e estabelecem um estrito controle sobre os sujeitos, que aceitam o confinamento em sua instituição. Nesta perspectiva religiosa os usuários são submetidos a uma lavagem cerebral, que lentamente os transforma em pessoas menos agressivas.

Assim sendo, pôde-se verificar que estas abordagens ainda vivem uma carência, precisam ser encontradas novas estratégias de pesquisas e de abordagens específicas para conduzir estes indivíduos a uma cura definitiva, ou seja, obterem uma melhor qualidade de vida.