quarta-feira, 9 de novembro de 2016

SÍNDROMES GERIÁTRICAS – DEMÊNCIAS

SÍNDROMES GERIÁTRICAS – DEMÊNCIAS


Introdução


O envelhecimento aumenta a prevalência das síndromes demenciais fazendo com que os profissionais da saúde, que trabalham com idosos, se deparem com uma grande demanda de pacientes em vários estágios de perda cognitiva e com as dificuldades na abordagem destes problemas.



As alterações cognitivas estritamente ligadas à demência, têm participação importante na diminuição da capacidade funcional com suas consequências mais temidas: a perda da autonomia e independência.
O impacto destas alterações na qualidade de vida do indivíduo e, principalmente, a irreversibilidade da incapacidade funcional, aumentam a necessidade de abordagem precoce. Para tanto, é necessário definir se as alterações são normais e esperadas para a faixa etária, se ocorre um comprometimento cognitivo leve ou ainda uma demência que começou a se manifestar.

Objetivo


Inicialmente, estabeleceremos o conceito de transtorno cognitivo leve, seus critérios diagnósticos e validade clínica e a conduta recomendada atualmente.



No segmento, veremos as formas de demência mais comuns, suas características clínicas e prevalência, avaliação complementar, diagnóstico diferencial, sintomas neuropsicológicos associados e o plano de cuidado mais adequado. 
Todo esquecimento é demência?

Esquecimento


A queixa de esquecimento é cada vez mais comum e mais precoce. Na avaliação é importante saber se a percepção do paciente em relação à memória é igual, maior ou menor que das pessoas de sua convivência em relação à dificuldade relatada. Os lapsos de memória quando são originários da falta de atenção – memória de trabalho, de um modo geral faz parte da lentificação global da cognição esperada com o avanço da idade, especialmente se não apresenta alterações na capacidade funcional. 



É importante se há outras causas como: personalidade, autopercepção mais aguçada, distúrbio do humor ou do sono.


“O adulto normal esquece, lembra-se de que esqueceu e mais tarde lembra o que esqueceu. O portador de demência esquece, esquece que esqueceu e não está preocupado com isso segundos depois”
Dr. Dan Blazer – Duke University Med. Center – Durhan, NC

Esquecimento

Alterações

Apesar do envelhecimento não afetar de forma significativa a cognição, algumas alterações podem ser percebidas: 


Alterações anatômicas do SNC:


Nas mulheres o declínio do peso cerebral é mais precoce.

O lobo frontal parece ser a região mais acometida e de forma irregular.

Aumento dos sulcos em detrimentos dos giros.

Aumento do tamanho dos ventrículos cerebrais.

Alterações da memória:

A memória do idoso declina progressivamente, mesmo quando ele goza de boas condições de saúde.

Há lentificação do processo cognitivo.

Esquecimento de partes do evento, não do evento em si.

Alteração do processamento das informações (tem maior dificuldade no resgate das informações aprendidas-memória de trabalho), mas há recuperação posterior da informação inicialmente esquecida, até mesmo espontaneamente.

Redução da memória contextual - esquece detalhes, mas não fatos e ocasião.

O curso da alteração de memória não é progressivo.
Redução da memória prospectiva (“lembrar-se de lembrar”).

Fatores que influenciam a memória:

Idade;

Depressão / Ansiedade;

Baixa escolaridade;

Falta de estimulação intelectual;

Falta de estimulação social / Isolamento;

Características pessoais (sempre foi distraído);

Deficiências sensoriais (dificultam o acesso à informação e a integração social);

Mudanças hormonais;

Situação de impacto físico ou emocional;
Medicamento.

30% dos idosos em geral e 70% dos institucionalizados queixam-se da memória

Comprometimento Cognitivo Leve (CCL)

Desde os anos 1960, vem sendo descrito uma forma de prejuízo de memória mais leve, não progressiva e denominada de várias formas: “esquecimento senil benigno”, “demência leve”, “declínio cognitivo leve”.

Atualmente, o termo mais aceito é “mild cognitive impaiment” (MCI) ou comprometimento cognitivo leve (CCL) introduzido por Petersen e col. Em 1999.
 

DEFINIÇÃO:

Este termo define pessoas com comprometimento cognitivo leve e consistente não necessariamente restrito a memória, apesar da diminuição da memória ser a queixa mais comum. Não há perda funcional e o desempenho nos testes psicométricos encontra-se abaixo do esperado para indivíduos da mesma faixa etária e escolaridade, mas sem preencher os critérios para o diagnóstico para demência

PREVALÊNCIA:

O Comprometimento Cognitivo Leve apresenta prevalência em mulheres, em relação aos homens. Quanto à idade, ocorre entre 70-79 anos (10%) e entre 80-89 anos (25%).


Comprometimento Cognitivo Leve

Os sintomas do CCL são vagos e incluem os seguintes sinais: 
§  Perda de memória;
§  Perturbação da linguagem (dificuldade em encontrar palavras);
§  Déficit de atenção (dificuldade em seguir ou concentrando-se em conversas);
§  Deterioração nas habilidades visos-espaciais (desorientação em ambientes familiares na ausência distúrbios sensoriais que seriam responsáveis ​​pela queixa).

Para refletir

Quanta perda de memória é necessária para ser considerado CCL?
Como sabemos que outras alterações no pensamento são envelhecimento normal ou alteração patológica inicial?

Comprometimento Cognitivo Leve

Os sintomas ainda podem cursar com os neuropsiquiátricos: distúrbios do sono, dos hábitos alimentares, apatia, disforia, irritabilidade e depressão.

Veja a seguir, quais são os critérios diagnósticos da AAN:

Critérios Diagnósticos - Associação Americana De Neurologia (AAN)

·         Queixa cognitiva, geralmente de memória, de preferência confirmada por um informante - Pode haver dificuldades         em outros domínios: linguagem, atenção, habilidade visuo-espacial, flexibilidade cognitiva.
·         Comprometimento cognitivo abaixo da média de controles normais da mesma idade e nível de escolaridade
·         Capacidade funcional preservada
·         Ausência de critérios para demência
Petersen e col.,1999

Transtornos de humor, doenças clínicas e medicamentos podem afetar a cognição de maneira a cumprir os critérios para CCL, geralmente não amnéstico. Muitos desses pacientes apresentam os resultados dos testes neuropsicológicos normais quando reavaliado após um ano.

Comprometimento Cognitivo Leve

A avaliação clínica e complementar abrange: 
§  Anamnese
§  Importante para afastar causas clínicas responsáveis pela alteração cognitiva: 
§  Depressão, alteração sensorial, alterações hormonais e metabólicas, medicamento.
§  Importante para estabelecer a situação cognitiva prévia do paciente
§  Exame físico: auxílio diagnóstico diferencial
§  Avaliação psicométrica: não existe teste específico. Devemos usar normas padronizadas para avaliação das demências. (VER MÓDULO IV)
§  Exames de Imagem e de laboratório: úteis para diagnóstico diferencial

A AVALIAÇÃO DO PACIENTE DEVE SE REPETIR NO MÍNIMO EM UM ANO

Conteúdo específico para médicos 

Os critérios diagnósticos para demência frontotemporal variante de linguagem são: 
§  O déficit cognitivo mais proeminente é o déficit de linguagem;
§  Os déficits de linguagem correspondem à principal causa para incapacidade para o            trabalho ou para as atividades de vida diária;
§  A afasia deve ser o sinal mais proeminente no início da demência;
§  O padrão da doença não é mais bem explicado por uma doença neuropsiquiátrica, como    depressão grave ou transtorno bipolar;
§  Não há déficit importante na memória;
§  Não há desinibição comportamental.

Quanto ao tratamento, não há estudos que evidenciem eficácia dos anticolinesterásicos nas demências frontotemporal. O tratamento se detém aos sintomas neuropsiquiátricos e depressivos, com antipsicóticos e estabilizantes de humor e antidepressivos.

Comprometimento Cognitivo Leve


Comprometimento Cognitivo Leve (CCL) x Doença Alzheimer (DA)

De acordo com Petersen e Stevens(2001), os estudos de prevalência mostram taxas de conversão de CCL para DA em torno de 0 a 15% ao ano, enquanto que em indivíduos normais a evolução para DA é de 1 a 2 % por ano. 

Preditores de conversão rápida de CCL para Demência

Não se beneficia com artifícios semânticos nos testes
de memória de recordação
Sintomas comportamentais (depressão e ansiedade)
Portador do alelo E4

Alteração RNM:
§  Atrofia de hipocampo – redução de 14% do volume
§  Alteração relação miositol/creatina na espectroscopia

omprometimento Cognitivo Leve

Plano Terapêutico

Segundo Peterson, Thomas e Grundman (2005), um estudo usando Donepezil não mostrou melhora no quadro nem retardo na conversão de CCL para demência.

Até o momento mudanças de hábitos de vida como atividade física, controle do peso, estimulação mental e engajamento social, associado ao controle de doenças, especialmente as doenças cardiovasculares, diabetes mellitus e o uso de medicamentos, são as melhores condutas para o controle do CCL.


Importante

·         O Comprometimento Cognitivo Leve é uma entidade clínica estabelecida
·         O diagnóstico do Comprometimento Cognitivo leve é clínico
·         Não há tratamento específico comprovado para Comprometimento Cognitivo Leve
·         Há muitas dúvidas e perguntas sem resposta ainda

Aplicando o conhecimento


Agora que analisamos o CCL, reflita sobre o que você poderia fazer diante de um caso:
§  Alertar ou treinar, se possível, o profissional de atendimento primário a reconhecer os sintomas e sinais dessa perda cognitiva incipiente, para que se possa iniciar uma avaliação diagnóstica aplicando testes psicométricos de triagem e manter acompanhamento cauteloso explicando isto de forma clara ao paciente e a sua família.

§  Encaminhar o paciente para ambulatório especializado.

Qual dessas opções você adotaria?

Incapacidade Cognitiva


A incapacidade cognitiva implica no comprometimento das funções cerebrais, suficiente para prejudicar a capacidade funcional.

Incapacidade Cognitiva

Interface Demência-Depressão


Geralmente, há sobreposição de sintomas: abulia, isolamento social, perda do interesse ou do prazer, alterações do apetite, alterações do ciclo sono/vigília, habilidade reduzida para pensar e concentrar-se. 

A depressão no idoso pode ter características atípicas e pode não haver correlação entre a gravidade da depressão e o grau de dismnésia. 

O diagnóstico de depressão no idoso é feito através da escala de depressão geriátrica. 

Demências

Demência é uma síndrome clínica de natureza crônica e progressiva decorrente de múltiplos déficits cognitivos.

Ela se caracteriza por:
§  alterações na memória e em outros domínios cognitivos;
§  alterações do comportamento.

Essas alterações levam à perda funcional interferindo na vida pessoal, nas atividades sociais e no trabalho e que não são decorrentes de doença mental, depressão ou em vigência de quadro de delirium.


Você sabe o que são domínios cognitivos?

Trata-se de um conjunto de funções que permitem que o indivíduo seja capaz de praticar sua autonomia e independência, decidindo sobre seu curso e resolvendo seus problemas. 
Memória:
Capacidade de codificar, armazenar e evocar informações.
Função Executiva:
Habilidade de idealização, sequenciamento, iniciação, inibição, modificação e adaptação do planejamento cognitivo, categorização, comportamento social. Memória operacional, Volição “Inteligência”
Atenção:
Modula o funcionamento de todas as outras funções, especialmente a memória e função executiva. Alteração no humor interfere de forma importante na atenção
Práxis:
Capacidade de planejar e executar atividades motoras previamente aprendidas. Na apraxia, o sistema motor e a compreensão estão intactos. Transformar a ideia em ação. Vestir-se, assobiar, capacidade de reproduzir um modelo visual, marcha.
Função Visuoespacial:
Capacidade de localização no espaço e percepção da relação dos objetos entre si – por exemplo: paciente se perde, não sabe voltar para casa. Depende da integridade dos lobos occipitais e parietais
Linguagem:
Capacidade de comunicação verbal e escrita; 
§  Afasia:
§  Dificuldade na elaboração e/ou compreensão e/ou repetição;
§  Dificuldade no processamento cognitivo.
§  Parafasias:
§  Fonéticas: troca “gato” por “cato”
§  - Semânticas: lápis por caneta

Gnosia:
Capacidade de reconhecimento de estímulos visuais, auditivos e táteis. Capacidade sensorial, reconhecer palavra escrita e sons.


Demências

Conceitos Básicos - Memória


Memória semântica
Informações linguísticas, verbais, nomes de coisas; pouco afetado pelo envelhecimento.

Memória episódica
Capacidade de gravar eventos recentes; sensíveis ao envelhecimento.

Memória explícita
Consciência do aprendizado; não resistente ao envelhecimento.

Memória implícita
Não tem consciência do aprendizado; resistente ao envelhecimento.

Memória de procedimento
Ações automáticas, como dirigir, escovar dentes.

Processamento de informações
Codificação, armazenagem e resgate: o envelhecimento altera a codificação e o resgate - testes de resgate ou evocação livre demonstram déficit cognitivo.

Memória de curto prazo
Primária e operacional (de trabalho). Processamento atual;

Memória de longo prazo
Codificação e recuperação;
§  Memória primária: manutenção passiva de poucos itens;
§  Memória operacional: manutenção e processamento simultâneos, cálculos matemáticos, lembrar-se das compras do    supermercado sem auxílio de lista;
§  Memória episódica: eventos específicos;
§  Memória semântica: conhecimento;
§  Memória explícita: memorização deliberada;
§  Memória implícita: memorização sem consciência;
§  Memória de procedimentos: ativação automática

  Memória sensorial
§  Breve manutenção de dados sensoriais.

Demências


As alterações neurocomportamentais podem apresentar alterações no espectro sono vigília, agitação, sonolência, apatia, agressividade verbal ou física; como variantes patológicas do estado de alerta mostrando-se como delírio, alucinação, desinibição, inadequação social, hipersexualidade, comportamentos compulsivos. 





Além das alterações neurocomportamentais e nos domínios cognitivos, para estabelecer critérios para demência, é necessário haver prejuízo nos outros domínios funcionais: 

Humor

Fundamental para preservação da autonomia. A presença de sintomas como depressão interferem na realização das tarefas do dia a dia, comprometendo a autonomia. Na presença de sinais de rebaixamento do humor em idosos é necessário o rastreamento de depressão, segundo U.S. Preventive Services Task Force (USPSTF, 2012).
Mobilidade
Fundamental para a manutenção da independência funcional, depende da marcha, da capacidade de transferência, da preservação da força muscular, equilíbrio e continência.
Comunicação
É primordial para estabelecer relações pessoais e sociais, depende da cognição.

Demências

 Epidemiologia

Conforme o Estudo realizado em Catanduva (SP), foram constatadas as seguintes informações no que diz respeito à prevalência das demências em idosos:
§  Após os 65 anos, o que significa 5% da população idosa, a prevalência da demência dobra a cada 5,1 anos.

§  A maior incidência ocorre entre os analfabetos.

§  A taxa de proporção é de Mulheres 2:1 Homens.

Diagnóstico sindrômico das demências


Critérios do DSM IV para diagnóstico de demências 

Desenvolvimento de déficits cognitivos caracterizado por:
§  Perda de memória: obrigatório;
§  Presença de um ou mais dos seguintes distúrbios cognitivos: Afasia; Apraxia; Agnosia / Alteração da função executiva.


Os déficits cognitivos devem ser suficientemente graves para interferir nas atividades ocupacionais ou laborais, nas atividades sociais e representar um declínio na capacidade funcional comparada com a anterior.

O diagnóstico não pode ser firmado se estas alterações ocorrerem somente durante um episódio de delirium

Os déficits não podem ser mais bem explicados por uma doença mental.

Critérios do DSM V 2013 para diagnóstico de demências (Desordem Neurocognitiva Maior)

Evidência de declínio cognitivo substancial, a partir de um nível prévio de performance, em um ou mais domínios baseados em: 

Informação do indivíduo, informante conhecido ou pelo médico de que houve um declínio na função cognitiva.

Declínio no desempenho cognitivo maior ou igual a 2 desvios-padrão em testes formais ou avaliação clínica equivalente.

Os déficits cognitivos são suficientes para interferir na independência-requer assistência nas AVDs. Os déficits não ocorrem exclusivamente no contexto de Delirium.

Os déficits não são atribuíveis a outras desordens mentais.

CRITÉRIOS CLÍNICOS PARA DIAGNÓSTICO DE DEMÊNCIA:

Os critérios para diagnóstico de demência do DSM-IV exigem o comprometimento de memória, porém, diversas doenças que cursam com declínio cognitivo e perda funcional, tais como demência frontotemporal, demência vascular e demência com corpos de Lewy podem não apresentar comprometimento de memória em suas fases iniciais. 

A partir desta observação o Grupo de trabalho do NIA e AA apresentaram uma proposta de critérios clínicos para o diagnostico das demências que são recomendados para o Brasil pela academia Brasileira de Neurologia.

CRITÉRIOS CLÍNICOS PRINCIPAIS PARA O DIAGNÓSTICO DE DEMÊNCIA (DE QUALQUER ETIOLOGIA)

1. Demência é diagnosticada quando há sintomas cognitivos ou comportamentais (neuropsiquiátricos) que:
1.1. Interferem com a habilidade no trabalho ou em atividades usuais;
1.2. Representam declínio em relação a níveis prévios de funcionamento e desempenho;
1.3. Não são explicáveis por delirium (estado confusional agudo) ou doença psiquiátrica maior;

2. O comprometimento cognitivo é detectado e diagnosticado mediante combinação de:

2.1. Anamnese com paciente e informante que tenha conhecimento da história; e

2.2. Avaliação cognitiva objetiva, mediante exame breve do estado mental ou avaliação neuropsicológica. A avaliação Neuropsicológica deve ser realizada quando a anamnese e o exame cognitivo breve realizado pelo médico não forem suficientes para permitir diagnóstico confiável.


3. Os comprometimentos cognitivos ou comportamentais afetam no mínimo dois dos seguintes domínios:
3.1. Memória, caracterizado por comprometimento da capacidade para adquirir ou evocar informações recentes, com sintomas que incluem: repetição das mesmas perguntas ou assuntos, esquecimento de eventos, compromissos ou do lugar onde guardou seus pertences;
3.2. Funções executivas, caracterizado por comprometimento do raciocínio, da realização de tarefas complexas e do julgamento, com sintomas tais como: compreensão pobre de situações de risco, redução da capacidade para cuidar das finanças, de tomar decisões e de planejar atividades complexas ou sequenciais;
3.3. Habilidades visuais-espaciais, com sintomas que incluem: incapacidade de reconhecer faces ou objetos comuns, encontrar objetos no campo visual, dificuldade para manusear utensílios, para vestir-se, não explicáveis por deficiência visual ou motora;
3.4. Linguagem (expressão, compreensão, leitura e escrita), com sintomas que incluem: dificuldade para encontrar e/ou compreender palavras, erros ao falar e escrever, com trocas de palavras ou fonemas, não explicáveis por déficit sensorial ou motor; 
3.5. Personalidade ou comportamento, com sintomas flutuantes que incluem alterações do humor, agitação, apatia, desinteresse, isolamento social, perda de empatia, desinibição, comportamentos obsessivos, compulsivos ou socialmente inaceitáveis.

Anamnese:
Importante para orientação do diagnóstico etiológico da demência. Raramente o paciente com demência vem à consulta desacompanhado, e as informações devem ser colhidas com o paciente se possível e com pessoa próxima, que convive e conhece o paciente. Converse com o paciente em frente ao acompanhante, pergunte sobre sua história pessoal, profissional e composição familiar (onde nasceu, onde mora, quantos irmãos têm, por exemplo) isto lhe dá informações sobre a memória remota. Perguntando sobre sua medicação, doenças que apresentou e quando, sobre suas cirurgias, estes dados auxiliam a avaliar prejuízos na orientação e na memória recente. Confira com o acompanhante, na ausência do paciente, as informações que ele forneceu e pergunte sobre a evolução dos sintomas, as alterações cognitivas, psicológicas e de comportamento apresentadas. Complemente as informações com uma anamnese direcionada. Além destas questões, complete a sua anamnese com as demais concernentes a avaliação global do idoso.

Exame Físico:
Voltado para exclusão de doenças clínicas que possam levar à demência.

Exame Neurológico:
Útil especialmente para diagnóstico diferencial entre as demências.

Testagem Neurocognitiva:
Existe uma grande variedade de testes para triagem e diagnóstico das demências que, associados à anamnese e ao exame físico possibilita diagnóstico etiológico da maioria das demências. Muitas informações importantes vêm destes testes, mas sofrem influências de circunstâncias como a escolaridade, cultura, ocupação e depressão. Os mais usados são MEEM, Teste de figuras, teste de palavras, Fluência Verbal, Teste do Relógio. Você terá oportunidade de estudar sobre avaliação neuropsicológica em um módulo específico.


Exames Complementares:
Voltado para exclusão de causas reversíveis de demência ou situações clínicas que alterem a cognição.

Hemograma
TSH/T4 Livre
Eletrólitos (Na, K, Ca)
Função Hepática/Renal
Proteínas totais/fraç.
Glicemia
Folatos/ Vitamina B12
VDRL/HIV

Exames de Neuroimagem:
É importante pelo menos um exame de imagens para afastar lesões que podem causar sinais e sintomas de demências:
§  Lesão de massa - tumores
§  Lesão vascular
§  Hidrocefalia de pressão normal
§  Atrofia cerebral

§  RNM: Exame de eleição tanto pelo custo quanto pela capacidade de identificação de anormalidades focais, alterações vasculares e possibilita a avaliação volumétrica do hipocampo e do córtex entorrinal. Permite a avaliação através da espectroscopia do despovoamento e disfunção neuronal pela medida e na relação do Nacetil-aspartato, marcador da integridade neuronal (reduzido nas demências) e do Mio-inositol, marcador de gliose e de disfunção de membrana (aumentado nas demências).

§  PET: Tomografia por emissão de pósitrons possibilita avaliação funcional pela redução do consumo de glicose. Bastante específico, pode ser de utilidade no diagnóstico do CCL, mas o custo dificulta seu acesso.

§  SPECT: Tomografia por emissão de fótons. Marcador de fluxo sanguíneo cerebral regional. Avalia perfusão cerebral. Bastante específico. Pouco sensível nos estágios iniciais. Tem custo menor que PET

Exame do Líquido Cefalorraquidiano:
Indicações restritas e bem específicas:
§  Paciente com menos de 60 anos;
§  Suspeita de doença infecciosa ou inflamatória do SNC;
§  Demência com apresentação atípica (curso clínico rápido;
§  Hidrocefalia comunicante.
Outros Exames:
§  Indicados de acordo com a suspeita diagnóstica;
§  Rx de tórax;
§  Eletrocardiograma;
§  Eletroencefalograma: alentecimento difuso.

Você pode usar as seguintes perguntas para orientar seu diagnóstico:
§  Há quanto tempo os sintomas iniciaram?

§  A evolução é lenta e progressiva ou foi abrupta?

§  Há exemplos dos esquecimentos?

§  É capaz de aprender novas habilidades como usar telefone celular, controle remoto?

§  Tem dificuldade de achar palavras e abusa de termos como “troço”, “coisa”, “negócio”?

§  Perde-se dentro de casa, na vizinhança, nos lugares bem conhecidos, na casa de parentes que visita esporadicamente?

§  Apresenta alterações de humor como ansiedade e depressão?

§  Apresenta alteração de comportamento como perder a inibição, apatia, isolamento?

§  Apresenta alterações de percepção como alucinações e delírios?

§  Apresenta alterações persecutórias: acha que esta sendo perseguido ou traído?

§  Realiza seu autocuidado sem auxílio (AVDs)? (pode usar as perguntas do instrumento específico – Katz)

§  Realiza as tarefas referentes às atividades instrumentais da vida como cuidar do dinheiro, fazer compras, usar o telefone? (pode usar as perguntas do instrumento específico – Lawton)

§  Houve algum acontecimento que possa ter evidenciado as alterações (morte de alguém próximo - cônjuge, filho)?

§  Sofreu algum tipo de violência antes do aparecimento ou piora dos sintomas – assalto, por exemplo?

§  Apresentou algum episódio anterior de delirium que melhorou completamente?

§  Tente saber como o paciente era anteriormente: personalidade, habilidade, funcionalidade, enfim se ele “mudou”?

§  Insista com a família para saber qual foi o primeiro domínio cognitivo afetado.


DEMÊNCIAS REVERSÍVEIS - Causas: 
§  Hidrocefalia de pressão normal: Causa potencialmente reversível de demência;

§  Tríade clássica: demência, ataxia e incontinência urinária.

Pode ser idiopática ou secundária a condições que interfiram na absorção liquórica, como meningite ou hemorragia subaracnóide;

§  Demência: leve e de início insidioso, e é tipicamente precedida por distúrbio de marcha e incontinência urinária.

A deterioração da memória é comum, mas o aparecimento de apraxia e agnosia são incomuns.

§  Deficiência de vitamina B12: causa rara de demência reversível e psicose orgânica, caracterizada por disfunção cognitiva global, lentificação mental, perda de memória e dificuldade de concentração sem déficits corticais focais e com importantes manifestações comportamentais como depressão, mania e quadros psicóticos com alucinações;

§  Hipotireoidismo: demência caracterizada por lentificação mental, perda de memória e irritabilidade, sem déficits corticais focais e com alterações neuropsiquiátricas importantes: paranoia, alucinações auditivas e visuais, mania e comportamento suicida.

Demências Irreversíveis

Como demências irreversíveis, temos: 
§  Demência de Alzheimer – 50% - 60%;
§  Demências Não- Alzheimer – 50%;
§  Demência Vascular: 15 – 20%;
§  Demência Corpos de Lewy: 15 – 25%;
§  Demência Frontotemporal;
§  Demência associada à Doença de Parkinson;
§  Doença de Huntington;
§  Doença de Creutzfeldt-Jakob.

Fisiopatologias: 
§  Atrofia do hipocampo e do córtex cerebral;

§  Alteração extracelular: depósito de Placas ßamiloides;

§  Alteração intracelular: emaranhados Neurofibrilares;

§  Hiperfosforilação da proteína Tau;

§  Perda de sinapses: ocorre no início da doença antes do depósito de emaranhados Neurofibrilares e de placa amiloides;

§  Morte seletiva de células neuronais: despovoamento neuronal principalmente do córtex entorrinal, do hipocampo, do neocortex temporal, parietal e frontal;

§  A degeneração progressiva dos neurônios e sinapses estão relacionadas à diminuição do neurotransmissor acetilcolina observada na Doença de Alzheimer;

§  Acetilcolina é um importante neurotransmissor cerebral envolvido na memória em determinadas regiões cerebrais, Hipocampo, córtex cerebral e amígdala;

§  A síntese de acetilcolina diminui precocemente na DA e se correlaciona com a alteração na memória.


Base genética: a doença está associada ao alelo ε4. A presença deste alelo aumenta o risco e diminui a idade média de início da doença. Num estudo recente, o risco de Doença de Alzheimer aos 85 anos variou de 51% a 52% para homens apoE ε4/ε4 e de 60% a 68% para mulheres apoE ε4/ε4 e de 22% 23% para homens apoE ε4/ε3 e de 30% a 35% para mulheres apoE ε4/ε3 [35]. APOE and Alzheimer disease: a major gene withsemi-dominantinheritance. MolPsychiatry. 2011 Sep;16(9):903-7. 23% para homens apoE ε4/ε3 e de 30% a 35% para mulheres apoE ε4/ε3.

Demência de Alzheimer

Diagnóstico



Demência de Alzheimer possível
§  Início da apresentação ou curso atípico do quadro demencial;

§  Apresentação mista – presença de outra doença capaz de explicar o quadro demencial.

Demência de Alzheimer provável
§  Início insidioso entre 40 e 90 anos e progressão lenta;

§  Perda cognitiva documentada por testes neuropsicológicos: déficit de duas ou mais funções cognitivas / prejuízo progressivo da memória e outra função cognitiva;

§  Ausência de distúrbio do nível de consciência;

§  Ausência de sinais clínicos ou de Neuroimagem ou evidência laboratorial de outras doenças que poderiam causar demência.

Demência de Alzheimer definitiva

§  Curso clínico da demência de Alzheimer provável;

§  Confirmação histopatológica da demência de Alzheimer (mutação genética causadora de Doença de Alzheimer e evidência fornecida pelos Biomarcadores).
The diagnosis of dementia due to Alzheimer's disease: recommendations from the National Institute on Aging-Alzheimer's Association workgroups on diagnostic guidelines for Alzheimer's disease. Alzheimers Dement. 2011 May;7(3):263-9


Demência de Alzheimer


Conheça a história natural da DA e os Biomarcadores. Nas próximas páginas veremos o tratamento.



Genéticos, moleculares e de imagem. 
§  Genético: alelo ε4 do gene da apolipoproteína E;

§  Marcadores moleculares: medidos no líquor;
§  Componentes da via amiloide
§   Aß
§  - Componente da via tau
§   Tau ou Tau-fosforilada no líquor

§  Marcadores de imagem;
§  PET: Deposito de amiloide. Hipometabolismo cerebral ou hipoperfusão;
§  SPECT – Hipometabolismo da glicose;
§  RNM: Atrofia cortical e do hipocampo.
*** Os autores não recomendam o uso rotineiro dos Biomarcadores no diagnóstico. ***


Demência de Alzheimer

Tratamento

O planejamento do tratamento passa pela Informação à família sobre a doença e tudo que lhe diz respeito, o reconhecimento do ambiente onde vivem paciente e família e manter acompanhamento interdisciplinar quando possível. 

As intervenções não farmacológicas são voltadas para melhorar ou manter cognição, comportamento e funcionalidade através de: 
§  reinamentos:
§  Melhorar estruturação do ambiente;
§  Orientação nutricional;
§  Programação de exercícios físicos;
§  Orientação e suporte psicológico familiar/cuidador;

§  Reabilitação Cognitiva em Grupo e Individual:
§  Informática, Cozinha Experimental;
§  Acompanhamento Terapêutico;
§  Poesia, Música e Artes, Relaxamento;
§  Oficina de atividades.

Demência Vascular


Demência vascular é um conceito que surgiu no final dos anos 80 para designar um quadro demencial decorrente de doença cerebrovascular (DCV). É mais prevalente entre as demências secundárias, ocupando o segundo lugar entre todos os quadros demenciais, depois da DA. 
Mundo: 15-20%
Brasil: 9,3-24,9%
65 -70 anos: 2%
Mais de 80 anos: 20-40%
Incidência homens > mulheres

A DV, de acordo com os critérios diagnósticos DSM-IV, é um comprometimento cognitivo em múltiplos domínios, que inclui deficiência da memória (amnésia) e de um ou mais transtornos cognitivos, como afasia, apraxia, agnosia ou disfunção executiva que devem causar dificuldade importante no desempenho do trabalho ou em atividades habituais e representar um declínio significativo em relação a um nível prévio de funcionamento e isto não deve ocorrer exclusivamente durante o curso de delirium ou de um transtorno psiquiátrico.

Demência Vascular

De acordo com a fisiopatologia, temos: 
§  Lesões de vasos grandes:
§  Infartos médios ou grandes ;
§  Corticais e/ou córtico-subcorticais;
§  Únicos ou múltiplos;

§  Lesões estratégicas localizadas em áreas críticas para cognição e/ou comportamento;
§  Associação de lesão de grandes e pequenos vasos;
§  Lesões decorrentes de hemorragia cerebral.
§  Lesões decorrentes de vasos pequenos:
§  Infartos pequenos;
§  Lacunas múltiplas no tálamo, gânglios da base e na substância branca;
§  Comprometimento isquêmico de extensão variável da substância branca;
§  Associação dos dois tipos lesão.

O conceito anterior da DV envolvia a ideia,que o desenvolvimento da doença dependia exclusivamente do tamanhão da lesão, sendo necessário um volume mínimo de 100 cm³ para causar demência, independentemente da localização. No conceito atual, depende também do sítio de localização.

Demência Vascular

Conheça o quadro clínico para cada tipo de DV: 
DV POR ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) ÚNICO
Oclusão de um grande vaso, geralmente infartos territoriais ou hemorrágicos. Apresenta sintomas neurológicos de início abrupto seguindo comprometimento cognitivo em até três semanas que pode ser expresso por afasia, apraxia, agnosia. Pode permanecer estável por um determinado tempo ou evoluir com declínio cognitivo gradual. Frequentemente, está acompanhado por depressão ou outros transtornos neuropsiquiátricos.

DV POR INFARTOS MÚLTIPLOS
Podem ser corticais e/ou subcorticais, recorrentes. Pode originar não somente comprometimentos neurológicos circunscritos e bem delineados, mas também transtornos cognitivos e de comportamento, dependendo das áreas atingidas.

DV POR INFARTOS EM TERRITÓRIOS LIMÍTROFES
Ocorre na presença de artérias acometidas por aterosclerose e consequente hipoperfusão que podem causar lesões múltiplas, principalmente em territórios distais. As lesões isquêmicas podem ser encontradas no córtex cerebral entre os territórios de irrigação da artéria cerebral anterior - artéria cerebral média e artéria cerebral posterior. Também podem ser encontradas em regiões subcorticais, no nível das estruturas da base entre a cabeça do núcleo caudado, o putâmen e a cápsula interna, assim como na substância branca.

DV POR INFARTO ESTRATÉGICO
São infartos pequenos, mas de localização estratégica, em áreas corticais como hipocampo, giro angular, córtex pré-frontal ou estruturas subcorticais. Os sintomas dependem da localização, podendo ocorrer comprometimento da memória de várias modalidades, disfunção executiva e transtornos de comportamento.

DV PÓS-ICTUS HEMORRÁGICO
Podem ser lobares e subcorticais com extensão e gravidade variadas. Correspondem a cerca de 20% do total dos acidentes cerebrovasculares. A hemorragia subaracnóide pode levar a hidrocefalia.

DV POR ISQUEMIA SUBCORTICAL
Causados por doença dos pequenos vasos - microangiopatia, causada mais frequentemente pelo envelhecimento, hipertensão arterial, diabetes mellitus, angiopatia amiloide cerebral em estruturas subcorticais, levando à formação de infartos lacunares e lesões isquêmicas da substância branca, de extensão variável. A sintomatologia varia de acordo com a lesão: infarto lacunar e a doença de Binswanger.

Demência Vascular

O Infarto Lacunar ou Isquemia subcortical é o subtipo mais prevalente, compreendendo metade dos casos de DV. A seu respeito, há as seguintes considerações: 
§  É causada por lacunas em número variado e desmielinização microangiopática –    leucoaraiose de extensão variável. O quadro é insidioso e as manifestações clínicas    discretas;
§  A manifestação mais comum é a disfunção executiva que interfere no desempenho das  AVDs;
§  O pensamento abstrato também é atingido, mas a deficiência de memória é menos  acentuada em comparação à DA;
§  O reconhecimento e o efeito de pistas permanecem relativamente intactos;
§  As alterações do humor – depressão, mudança de personalidade e labilidade emocional –  são comuns assim como sinais motores focais, alterações da marcha, urgência urinária e  lentificação psicomotora.

Critérios Diagnósticos

Os mais usados são o CID 10 (OMS) e o DSM IV, além do escore isquêmico de Hachinski baseado em dados clínicos.

Os critérios diagnósticos do DSM-IV para Demência Vascular são:
 

Déficits cognitivos múltiplos:
Uma alteração da memória (alteração da capacidade para aprender informações novas ou para lembrar informações anteriores)
Um ou vários dos seguintes distúrbios cognitivos: 
Afasia;
Apraxia;
Agnosia;
Distúrbio das funções executivas.

É importante lembrar que:
Os déficits cognitivos são responsáveis por uma alteração expressiva do funcionamento social ou profissional e representam um declínio significativo em relação ao nível de funcionamento anterior.

Evidências de sinais e sintomas neurológicos focais (por exemplo: sinal de Babinski, distúrbios da marcha, fraqueza de uma extremidade) ou evidências de doença cerebrovascular (por exemplo: infartos múltiplos acometendo o córtex) possuem ligação etiológica com a demência.
 Os déficits não surgem exclusivamente no decorrer de um delírio.
Avaliação Clínica
Anamnese: perguntar sobre o modo de início e o padrão da progressão ( insidioso, agudo, subagudo, escalonado). História pregressa, comorbidades, história familiar e educacional são importantes. Informação sobre eventos vasculares anteriores, tanto cerebral como coronariano, presença de diabetes e hipertensão, dislipidemia, depressão alteração do sono, uso de álcool, tabagismo e dos medicamentos; Estabelecer a condição cognitiva, funcional e neuropsiquiátrica prévia. A anamnese deve ser com familiares e com o paciente;

Avaliação de comorbidades: frequentes nos idosos, têm forte associação com a condição cognitiva. O manejo adequado de doenças clínicas pode oferecer um potencial de melhora para cognição. As comorbidades mais observadas são: depressão, doença cardiovascular, infecções, desidratação, efeitos colaterais de medicamentos, delirium, quedas, incontinência, anorexia, obesidade;

Exames físico e neurológico: podem revelar comorbidades relacionadas ao quadro demencial. A frequente presença de manifestações neurológicas faz do exame neurológico um ponto importante da avaliação e fazem parte dos critérios diagnósticos.

Avaliação neuropsicológica e da capacidade funcional: ver módulo IV.

ExamesExames de Imagem:

Neuroimagem estrutural: preferência para RNM, mas a TC pode ser usada para identificar lesões vasculares variadas, na impossibilidade de utilizar a RM. A atrofia hipocampal deve ser avaliada em todos os pacientes, visando estabelecer um diagnóstico de DV pura ou associada à DA. (Engelhardt E, et al. Dement Neuropsychol 2011 June;5(Suppl 1):49-77)

Neuroimagem funcional: espectroscopia de prótons por RM (HMRS), perfusão por TC e RM, Tomografia Computadorizada por Emissão de Fóton Único (SPECT) e Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET). Podem ser utilizados em casos onde permanece incerteza diagnóstica após a elaboração clínica e imagem estrutural, e não devem ser usadas como a única avaliação de imagem. (Engelhardt E, et al. Dement Neuropsychol 2011 June;5(Suppl 1):49-77)

Avaliação Laboratorial: Os seguintes itens do exame de sangue são recomendados para todos os pacientes na primeira avaliação:
Hemograma;
VHS;
Eletrólitos;
Glicose;
Testes de função renal e hepática;
TSH.
Os exames que representam fatores de risco vascular também devem ser solicitados de rotina (lipidograma)
Há, ainda, testes mais detalhados que podem, frequentemente, ser necessários:
Dosagem vitamina B12;

Testes sorológicos para sífilis;

Tratamento

Atividade física

Dieta e manutenção do peso adequado: modificação dos hábitos alimentares

Limitar consumo de álcool

Controle da HAS

Controle do DM: manter hemoglobina glicada abaixo de 6,0% para prevenção de declínio cognitivo em diabéticos. (Estudo ACCORD-MIND: demonstrou que o controle da glicemia (alvo de hemoglobina glicada abaixo de 6%) é superior aos níveis convencionais (7 a 7,9%) para prevenção de declínio cognitivo.

 Estatinas: nos idosos não é recomendado com objetivo exclusivo de prevenção ou tratamento das demências (Dois ensaios randomizados: HPS2002 e PROSPER2002 não demonstraram um efeito na incidência de demência e declínio cognitivo)

 Fibrilação Atrial: manter anticoagulação adequada

Tabagismo

Antiagregantes: o ácido acetilsalicílico aumentou o risco de hemorragias e não teve benefício sobre a cognição, contudo, devem receber a aspirina por motivos vasculares. 

Inibidores das colinesterases (Donepezil, Rivastiguimina e Galantamina) e antagonistas de receptores glutamatérgicos (memantina): Os estudos com estas substâncias não apresentam dados suficientes para justificar o uso destas substâncias na DV. Parece ter algum benefício nos pacientes com DV do tipo subcortical.


Demência Mista (DA + DV):

A Demência Mista abrange uma associação frequente nos idosos e apresenta: 
Atenção

O diagnóstico inclui critérios da DA e evidência de doença DCV concomitantes e com relação temporal. A apresentação mais comum de demência mista é a de um paciente com sintomas e características clínicas típicas de DA que sofre piora abrupta, acompanhada pela presença de sinais clínicos de AVC.


Demência Frontotemporal (DFT):


A Demência Frontotemporal constitui um grupo heterogêneo de doenças que apresentam fenótipos semelhantes, associados à degeneração com atrofia predominantemente temporal e frontal. 

São doenças neurodegenerativas chamadas de Taupatias, que apresentam grande quantidade de agregados de proteína TAU em aproximadamente 40% dos casos. 

Atenção
A demência frontotemporal pode cursar com quadro de Parkinsonismo tardio e sem alucinações visuais precoces.


Demência Frontotemporal (DFT):

Você conhece a classificação da Demência Frontotemporal? Clique nas caixas para conhecer cada categoria: 


Demência do tipo frontal ou demência frontotemporal

Variante clássica (comportamental) responsável por 80% das DFT. Apresenta alterações na personalidade e comportamento e atrofia predominantemente em localização frontal orbitobasal bilateral.
O quadro costuma iniciar com inadequação social e comportamento inapropriadamente desinibido.

Há declínio precoce interpessoal, perda da empatia ou “tato social” e comportamento perseverativo bem como diminuição significativa da função executiva com dificuldade para comandos mais complexos.
A característica mais marcante é a hipersexualidade associada à relativa preservação da memória. Além disso, apresenta aumento do apetite, do peso e discurso estereotipado na fase inicial da doença. Nas fases mais avançadas pode haver ecolalia, afasia de expressão e compreensão até o mutismo. Clinicamente pode apresentar incontinência urinária de urgência precoce em decorrência à ação frontal sobre o detrusor.

Demência semântica

Trata-se de uma variante de linguagem.

Apresenta perda progressiva na capacidade de entender discursos mais complexos (compreensão alterada) que evoluí para dificuldade de entender palavras isoladas (perda do significado das palavras) sem alteração da memória de curto prazo.

Ocorre perda progressiva da capacidade de transformar as palavras em ideias e símbolos mentais em decorrência da desconexão léxico-semântica.

É responsável por 5% das demências frontotemporal e a atrofia é no córtex temporal polar esquerdo (ou bilateral) e infero-lateral.
Afasia primária progressiva

Trata-se de uma variante de linguagem.

Ocorre prejuízo na expressão com discurso distorcido, hesitante, não fluente, com compreensão preservada.

Apresenta progressiva disfunção na produção de linguagem com perda da capacidade de elaboração sintática (formação de frases), anomias, parafasias.

Não encontra palavra que represente os símbolos mentais É responsável por cerca de 15% das demências frontemporal com atrofia em região erisilpviana esquerda.

Afasia primária progressiva

Trata-se de uma variante de linguagem.

Ocorre prejuízo na expressão com discurso distorcido, hesitante, não fluente, com compreensão preservada.

Apresenta progressiva disfunção na produção de linguagem com perda da capacidade de elaboração sintática (formação de frases), anomias, parafasias.

Não encontra palavra que represente os símbolos mentais É responsável por cerca de 15% das demências frontemporal com atrofia em região erisilpviana esquerda.

Atenção
Nas variantes de linguagem o indivíduo apresenta um quadro de apatia associado ou não a depressão e não um comportamento desinibido, por não haver lesão nos circuitos frontais inibitórios inicialmente.

Conteúdo específico para médicos 

Os critérios diagnósticos para demência frontotemporal variante de linguagem são: 
§  O déficit cognitivo mais proeminente é o déficit de linguagem;
§  Os déficits de linguagem correspondem à principal causa para incapacidade para o trabalho ou para as atividades de vida diária;
§  A afasia deve ser o sinal mais proeminente no início da demência;
§  O padrão da doença não é mais bem explicado por uma doença neuropsiquiátrica, como depressão grave ou transtorno bipolar;
§  Não há déficit importante na memória;
§  Não há desinibição comportamental.

Quanto ao tratamento, não há estudos que evidenciem eficácia dos anticolinesterásicos nas demências frontotemporal. O tratamento se detém aos sintomas neuropsiquiátricos e depressivos, com antipsicóticos e estabilizantes de humor e antidepressivos.

Demência por Corpos de Lewy (DCL)

A demência por corpos de Lewy (DCL), ou doença corpuscular de Lewy, é uma doença neurológica que afeta, principalmente, o pensamento e os movimentos. Clique nas caixas para conhecer cada categoria: 1. DCL x DP
A DCL associada à Demência de Parkinson (DP) corresponde à terceira causa geral de demência (6 a 8%).

2. Patologia microscópica: DCL x DP
A patologia microscópica da DCL e DP não apresentam diferenças, isto é, as duas são consequência da agregação da proteína alfa-sinucleína que formam os corpos de Lewy que levam à morte neuronal.

3. Aspecto clínico : DCL x DP
No aspecto clínico enquanto a doença de Parkinson segue da substância nigra e núcleos da base até o córtex, na DCL ocorre deposição de corpúsculos de Lewy simultaneamente no córtex e núcleos da base. Esta diferença na progressão, distingue as duas demências: enquanto a primeira se inicia com um quadro motor e somente após um ano ou mais evolui para demência, nas demências por corpos de Lewy a apresentação é inversa, a demência precede o quadro motor em pelo menos um ano.
Suspeitamos de Parkinsonismo na presença de dois dos seguintes sinais:
bradicinesia, rigidez, tremor de repouso e instabilidade postural.

Demência por Corpos de Lewy (DCL)

A Demência por Corpos de Lewy é a segunda demência degenerativa mais comum, depois da DA, com uma representação de até 20% dos casos em idosos. Com início em torno dos 55-60 anos de idade, é ligeiramente mais incidente no sexo masculino. 
Manifestação clínica
 O Parkinsonismo por DCL é menos assimétrico e apresenta menos tremor, e apresentação simultânea da demência.
 Alucinações visuais são muito frequentes e a sua presença antes do início da levodopa, responsável pelas alucinações nos pacientes com doença de Parkinson pode ser uma forma de diferenciar a DCL da DP

Flutuação cognitiva

Ocorre no início da doença e parecem com sinais de delirium, sem fatores precipitantes identificáveis. Apresenta alteração no estado de consciência e atenção, discurso incoerente, hipersonolência diurna e incapacidade de reconhecer o ambiente que o rodeia. Estes episódios podem durar de segundos a dias e podem ser intercalados por períodos de função quase normal.


Parkinsonismo espontâneo
A prevalência de sintomas motores extrapiramidais varia entre 60% a 92%.

Quedas frequentes
Um terço dos indivíduos com DCL apresenta episódios frequentes de quedas, sendo este um dos primeiros sintomas da doença. Parece estar relacionado com o Parkinsonismo e hipotensão ortostática. 

Delírios sistematizados
Ocorrem com uma frequência de até 75%.

Sintomas neuropsiquiátricos
Ansiedade, agitação delírios e alucinação são os sintomas mais frequentes.

Atenção
Pacientes com Doença de Parkinson que desenvolvem demência 12 meses após o aparecimento dos primeiros sintomas motores devem ser diagnosticados como demência da Doença de Parkinson (DDP) em vez de DCL.

Conteúdo específico para médicos


Tratamento
A demência da doença de Parkinson e de Corpos de Lewy respondem bem aos anticolinesterásicos, tanto em relação à cognição quanto às alterações neuropsiquiátricas.

Tratamento dos sintomas neuropsiquiátricos
Quetiapina – 25 -150 mg/noite ou clozapina: 25 – 150 mg/noite (risco de agranulocitose).

Carbamazepina (1 comp.=200mg) ou ácido valproico (1 comp.=250 mg) iniciar com 1 comprimido ao dia e aumentar progressivamente até três vezes ao dia.

*Atenção: o uso de neuroléticos típicos é contraindicado tanto em DCL como DP!

Tratamento dos sintomas motores
Com base na melhor relação custo-benefício no tratamento de sintomas motores, indica-se a levodopa. É fundamental iniciar com a menor dose possível.

Sintomas Neuropsiquiátricos das Demências



Os sintomas psicológicos e comportamentais das demências englobam um grupo heterogêneo de manifestações, reações psicológicas e alterações do comportamento que ocorrem em indivíduos demenciados de qualquer etiologia.

Sintomas Neuropsiquiátricos das Demências

E como ocorre o diagnóstico? 

Faz-se o diagnóstico com base na avaliação clínica, observação do paciente e relato dos cuidadores e familiares. 
É importante reavaliar:
§  A rotina do paciente em detalhes (mudanças mesmo sutis podem desencadear os sintomas);

§  Qualquer situação que possa ser desencadeadora:
§  Mudança na medicação;
§  Alterações sensoriais (quebrou os óculos, perdeu o aparelho de audição ou iniciou seu uso);
§  Alterações dentárias, especialmente a dor.

Sintomas Neuropsiquiátricos das Demências


Conheça os sintomas de acordo com a etiologia da demência: 


Demência de Alzheimer
Agitação, agressividade, delírio, atividade motora aberrante, distúrbios do sono e desordens alimentares, depressão, ansiedade, apatia.

Demência vascular
Depressão, apatia, agitação, agressividade, delírios.

Demência frontotemporal
Apatia, alteração do sono, apetite alterado, comportamento compulsivo, alteração de julgamento e de linguagem como surtos de palavras inadequadas com ou sem contexto adequado e, na conduta social, agressividade verbal, ecolalia, sexualidade, inconformismo, egoísmo, perda de emoção e insight, desinibição, negligência pessoal. Mais raramente, pacientes podem iniciar habilidades artísticas que não tinham.

Demência com corpos de Lewy
Alucinações visuais com pessoas e animais sem vocalização e como reação podem apresentar medo ou descaso, delírios, transtornos do sono – insônia em graus variados, movimentos aberrantes no sono e terror noturno, depressão com pouca resposta a antidepressivos, apatia.

O diagnóstico baseia-se na avaliação clínica, observação do paciente e relato dos cuidadores e familiares. É importante reavaliar a rotina do paciente em detalhes. 

Sintomas Neuropsiquiátricos das Demências

Veja as escalas utilizadas para avaliação dos sintomas neuropsicológicos das demências, que são úteis para o acompanhamento evolutivo das condutas:
1.    Inventário Psiquiátrico
(NeuropsychiatricInventory - NPI)
2.    Escala de Patologia Comportamental na Doença de Alzheimer
(Behavioral Pathology in Alzheimer’s Disease Scale: BEHAVE-AD)
3.    Escala de Avaliação de Comportamento do CERAD
(Behavior Rating Scale for Dementia of the Consortium to Establish a Registry for Alzheimer’s Disease:
CERAD-BRSD)
4.    Escala CAMDEX-R
(Cambridge Examination for Mental Disorders of the Elderly - Revised Ver

Abordagem Terapêutica dos Sintomas Neuropsiquiátricos

Agora que já vimos os sintomas neuropsiquiátricos, vamos analisar sua abordagem terapêutica considerando a dificuldade de manejo clínico dos pacientes com demência. 
1. Psicose:

Os sintomas delirantes são mais comuns que alucinações. Os delírios ocorrem 23% em Doença de Alzheimer (DA), 8% na demência vascular (DV) e as alucinações em 13% em DA e DV. A presença de delírios ou alucinações não são suficientes para o diagnóstico de psicose e não ocorrem exclusivamente durante o curso de delirium. Pode estar associada à agitação, com ou sem agressão física ou verbal, com sintomas negativos como apatia, embotamento afetivo, retardo motor, sintomas depressivos, insônia, hipersonia, baixa autoestima, sentimento de culpa inapropriado, ou pensamento de morte.

Manifestações:

Falha de reconhecer a própria casa;
Crença que há estranhos vivendo na casa. De que as pessoas íntimas são impostoras;
Agnosia visual e ilusões;
Alucinações visuais (19%), auditivas (12%), táteis, olfatórias ou somáticas;
Delírios simples (não bizarros) e refletem a má interpretação do ambiente: delírio de estar sendo roubado, de infidelidade, de perseguição, de grandiosidade.

2. Agitação:

Extremamente comum nas demências. Deve-se avaliar avaliação clínica considerando as causas internas e externas que possam estar provocando o quadro.

Causas internas
Causas externas

Manifestações:

Percepção de que os outros estão invadindo seu espaço;
Inquietação;
 Perambulação;
 Quedas intencionais;
 Deslocamento para locais específicos;
 Comer substâncias inapropriadas/
    Movimentações repetidas;
    Repetição de questões ou frases. Negativismo;
    Sons estranhos ou gritos;
    Agressões verbais. Reclamações;
    Insinuações sexuais.

Critérios: Inventário de Agitação de Cohen-Mansfield (Cohen-Mansfield Agitation Inventory: CMAI)

EFEITOS COLATERAIS DOS NEUROLÉTICOS ATÍPICOS
Sedação hipotensão postural, ganho excessivo de peso, prolongamento do intervalo QT, piora do perfil glicêmico e do perfil lipídico provocando em alguns pacientes diabete e dislipidemias. Estão relacionados a maior risco de AVE e morte. Riskofdeathwithatypicalantipsychoticdrugtreatment for dementia. JAMA 2005;294:1934-43

ANTIPSICÓTICOS TÍPICOS
Clorpromazina,tioridazida , tem baixa potência e muitos efeitos adversos: alteração do equilíbrio, sedação, hipotensão ortostática e feitos extrapiramidais, Discinesia tardia, maior risco de síndrome neuroléptica maligna: febre, distúrbios autonômicos, aumento de CPK e sintomas extrapiramidais

3. Depressão:

Sintoma comum que dificulta o diagnóstico de demência. É mais grave na DV que na DA. A prevalência de depressão em demências é em torno de 50%.
Manifestações:

Tristeza;
Humor disfórico ou irritadiço;
Falta de interesse em atividades que antes eram prazerosas;
Diminuição da energia;
Alteração do sono;
Fadigabilidade;
Diminuição do apetite.

Ansiedade
A associação com demência gira em torno de 30% a 50%.
Manifestações: 
§  Choro patológico;
§  Faz perguntas repetidas vezes de forma exagerada;
§  Fobia por ficar sozinho (solicita a presença da família e cuidador assim que saem) e pode surgir ou piorar no cair da tarde;
§  Perambulação;
§  Evitar o banho e troca de roupa.

Distúrbio do sono
Envolvem manifestações noturnas e diurnas. Prevalência de 44% nas demências. Piora progressivamente com a evolução da demência
 Manifestações: depressão, apatia, agitação, agressividade, delírios.
§  Sair da cama para caminhar durante a noite;
§  Conversar durante o sono;
§  Aumento da atividade psicomotora a noite / terror noturno;
§  Movimentos aberrantes;
§  Insônia;
§  Distúrbios durante a fase REM – gritar, socar, cair da cama, síndrome de pernas inquietas.
§  Tratamento farmacológico
§  Antipsicóticos – melhoram a duração e qualidade do sono. Entre os antidepressivos, a mirtazapina é mais benéfica que a Trazodona. Pouco efeito dos anticolinesterásicos.
Apatia
Prevalência de 40% a 80% na DA e na demência frontotemporal e piora com a evolução da demência. Frequentemente ocorre associado à depressão e é a maior manifestação da depressão.
Manifestações:
§  Diminuição das reações emocionais;
§  Perda do interesse – anedonia;
§  Rigidez menta;
§  Perseveração;
§  Perda social (empatia, simpatia).
§  Tratamento farmacológico
§  Controverso. Pouca melhora com antidepressivos em estudos. Os estimulantes do sistema nervoso – Metilfenidato (Ritalina®) e Modafinil (Stagivile®) são usados na prática clínica, mas ainda faltam estudos para confirmar sua indicação.


Critérios diagnósticos:
  -  Preencher os critérios para demência;
  -   Humor deprimido;
  -  Diminuição do afeto positivo e do prazer em resposta ao contato social ou nas atividades habituais;
  -  Isolamento social;
  -  Alteração: do apetite e do sono;
  -  Alterações psicomotoras.
 -  Irritabilidade;
 -  Fadiga ou perda de energia;
 -  Falta de esperança;
 -  Culpa excessiva ou inapropriada;
 -  Sentimento de inutilidade;
  - Ideação suicida, pensamentos de morte;
  - Não é necessária a presença dos sintomas por    duas semanas.

Critérios: Escala Cornell para Depressão na Demência (Cornell Scale for Depression in Dementia) 49 e a Escala de Avaliação de Humor na Demência (Dementia Mood Assessment Scale: DMAS) Inventário de Agitação de Cohen-Mansfield (Cohen-Mansfield Agitation Inventory: CMAI) 

Nesta unidade, vimos como a demência impacta na qualidade de vida do idoso e, por isso, torna-se fundamental realizar uma abordagem precoce além da prevalência em idosos institucionalizados e mulheres. 
Ao estudarmos o Comprometimento Cognitivo Leve, abordamos os sinais já que os sintomas são vagos e há a necessidade de se repetir anualmente a avaliação. Também tratamos das alterações das incapacidades cognitivas e sua relevância da determinação da demência ou depressão. 
Para diagnosticar as demências, lembramos como é fundamental reavaliar a rotina do paciente em detalhes e as situações que podem ser desencadeadoras.

Conteúdo extraído do curso de pós graduação da UERJ - Saúde da Pessoa Idosa