Muito
tem se falado atualmente sobre problemas entre casais e suas família, eu achei
interessante à abordagem e resolvi estudar os aspectos, a que leva uma pessoa a
buscar uma parceira(o), se comprometendo a amar, respeitar até o fim de suas
vidas, mais em algum momento de suas vidas algo acontece e acabam por destruir
seus sonhos e relacionamentos.
Em
seu livro escrito por Vera L. Lamanno Calil (1987), ela relata que: Tradicionalmente o distúrbio mental se engendra e se
manifesta por força de conflitos internos; tem a sua origem no próprio
indivíduo. O modelo sistêmico, por outro lado, enfatiza o distúrbio mental como
a expressão de padrões inadequados de interação no interior da família.
Como
base na teoria de Von Bertallanfy (1972), a família pode ser considerada como
um sistema aberto, devido ao movimento de seus membros dentro e fora de uma
interação uns com os outros e com sistemas extrafamiliares, num fluxo recíproco
constante de informação, energia e material. A família tende também a funcionar
como um sistema total. As ações e comportamentos de um dos membros influenciam
e simultaneamente são influenciados pelos comportamentos de todos os outros.
Esse
conceito põe em relevo certas propriedades dos sistemas abertos, fundamentais
para a compreensão da organização e funcionamento da família. Destaca
primeiramente a ideia de globalidade, ou seja, toda e qualquer parte de um
sistema esta relacionada de tal modo com as demais partes que, mudança numa
delas provocara mudança nas demais e, consequentemente, no sistema total. Isto
e, um sistema comporta-se não como simples conjunto de elementos independentes,
mas como um todo coeso, inseparável e interdependente. Dessa maneira,
"distúrbio mental", quando, e parte integral das interações
recíprocas entre os membros da família que operam como um sistema total.
A
segunda propriedade dos sistemas e o conceito de retroalimentação ou
federações. Se as partes de um sistema não se somam umas as outras, nem estão
unilateralmente relacionadas, já que a noção de globalidade contradiz esses
tipos de relações, então, de que maneira estão unidas?
Unem-se através de uma relação circular. A
retroalimentação e a circularidade são o modelo causal para uma teoria de
sistemas internacionais, ao qual pertence o sistema familiar. Melhor explicando,
a família, segundo o modelo sistêmico, pode ser encarada como um circuito de
retroalimentação, dado que o comportamento de cada uma das pessoas.
O
conceito central dessa nova epistemologia e a ideia de circularidade em
oposição à ideia de causalidade linear. A doença mental, que tradicionalmente é
pensada em termos lineares, históricos ou causais, seja dentro do modelo
medico, seja do psicodinâmico, passa a ser considerada, com bases no modelo
sistêmico, dentro da concepção de circularidade. Nesta concepção todos os
elementos de um dado processo (no caso da família, os membros em interação)
movem-se juntos. A descrição do processo e, então, feita em termos de relações,
informações e organização entre esses membros.
Causa
e efeitos são compreendidos quando as variáveis são alteradas gradualmente até
que se isole o que produz um evento especifico. Contrariamente a essa noção de
causa e efeito, a teoria geral dos sistemas formula que nos não encontramos
essa ordem clara e nítida de causa e efeito, sem que a imponhamos
artificialmente. Uma família pode considerar a agressividade do filho como a
causa dos problemas dela, mas a agressividade de um filho pode ser uma resposta
à fuga da mãe, que por sua vez pode ser uma resposta à postura autoritária do
pai em relação ao filho e assim por diante. O conceito de causalidade circular
afirma, portanto, que um todo não possui começo nem fim e qualquer tentativa
por parte do terapeuta de transferir responsabilidade para onde o problema
começou e tão inapropriado como a atitude da família de atirar sobre o membro
sintomático a culpa de ser a fonte dos problemas.
Cada
família desenvolve formas básicas, especificas de transações, ou seja, uma
sequencia padronizada de comportamentos, de caráter repetitivo, que garantem a
organização familiar e que permitem um mínimo de previsibilidade sobre as
formas padronizadas e repetitivas de se comportar na família são governadas por
regras. Regras que não são na sua maioria verbalizadas, mas que podem ser
inferidas a partir da observação das qualidades das transações na
família. Regras que em parte são vinculadas aos valores de nossa cultura, mas
que em grande medida se originam das vivências psicológicas do casal. Às vezes,
elas representam simplesmente repetição de vivências que o casal teve em suas
respectivas famílias de origem.
Não
vou parar por aqui, continuaremos a falar deste assunto em outro momento, até
breve.