terça-feira, 16 de julho de 2013

TERAPIA DE CASAL E FAMÍLIA

Muito tem se falado atualmente sobre problemas entre casais e suas família, eu achei interessante à abordagem e resolvi estudar os aspectos, a que leva uma pessoa a buscar uma parceira(o), se comprometendo a amar, respeitar até o fim de suas vidas, mais em algum momento de suas vidas algo acontece e acabam por destruir seus sonhos e relacionamentos.

Em seu livro escrito por Vera L. Lamanno Calil (1987), ela relata que: Tradicionalmente o distúrbio mental se engendra e se manifesta por força de conflitos internos; tem a sua origem no próprio indivíduo. O modelo sistêmico, por outro lado, enfatiza o distúrbio mental como a expressão de padrões inadequados de interação no interior da família.

Como base na teoria de Von Bertallanfy (1972), a família pode ser considerada como um sistema aberto, devido ao movimento de seus membros dentro e fora de uma interação uns com os outros e com sistemas extrafamiliares, num fluxo recíproco constante de informação, energia e material. A família tende também a funcionar como um sistema total. As ações e comportamentos de um dos membros influenciam e simultaneamente são influenciados pelos comportamentos de todos os outros.

Esse conceito põe em relevo certas propriedades dos sistemas abertos, fundamentais para a compreensão da organização e funcionamento da família. Destaca primeiramente a ideia de globalidade, ou seja, toda e qualquer parte de um sistema esta relacionada de tal modo com as demais partes que, mudança numa delas provocara mudança nas demais e, consequentemente, no sistema total. Isto e, um sistema comporta-se não como simples conjunto de elementos independentes, mas como um todo coeso, inseparável e interdependente. Dessa maneira, "distúrbio mental", quando, e parte integral das interações recíprocas entre os membros da família que operam como um sistema total.


A segunda propriedade dos sistemas e o conceito de retroalimentação ou federações. Se as partes de um sistema não se somam umas as outras, nem estão unilateralmente relacionadas, já que a noção de globalidade contradiz esses tipos de relações, então, de que maneira estão unidas?
Unem-se através de uma relação circular. A retroalimentação e a circularidade são o modelo causal para uma teoria de sistemas internacionais, ao qual pertence o sistema familiar. Melhor explicando, a família, segundo o modelo sistêmico, pode ser encarada como um circuito de retroalimentação, dado que o comportamento de cada uma das pessoas. 

O conceito central dessa nova epistemologia e a ideia de circularidade em oposição à ideia de causalidade linear. A doença mental, que tradicionalmente é pensada em termos lineares, históricos ou causais, seja dentro do modelo medico, seja do psicodinâmico, passa a ser considerada, com bases no modelo sistêmico, dentro da concepção de circularidade. Nesta concepção todos os elementos de um dado processo (no caso da família, os membros em interação) movem-se juntos. A descrição do processo e, então, feita em termos de relações, informações e organização entre esses membros.

Causa e efeitos são compreendidos quando as variáveis são alteradas gradualmente até que se isole o que produz um evento especifico. Contrariamente a essa noção de causa e efeito, a teoria geral dos sistemas formula que nos não encontramos essa ordem clara e nítida de causa e efeito, sem que a imponhamos artificialmente. Uma família pode considerar a agressividade do filho como a causa dos problemas dela, mas a agressividade de um filho pode ser uma resposta à fuga da mãe, que por sua vez pode ser uma resposta à postura autoritária do pai em relação ao filho e assim por diante. O conceito de causalidade circular afirma, portanto, que um todo não possui começo nem fim e qualquer tentativa por parte do terapeuta de transferir responsabilidade para onde o problema começou e tão inapropriado como a atitude da família de atirar sobre o membro sintomático a culpa de ser a fonte dos problemas. 

Cada família desenvolve formas básicas, especificas de transações, ou seja, uma sequencia padronizada de comportamentos, de caráter repetitivo, que garantem a organização familiar e que permitem um mínimo de previsibilidade sobre as formas padronizadas e repetitivas de se comportar na família são governadas por regras. Regras que não são na sua maioria verbalizadas, mas que podem ser inferidas a partir da observação das qualidades das  transações na família. Regras que em parte são vinculadas aos valores de nossa cultura, mas que em grande medida se originam das vivências psicológicas do casal. Às vezes, elas representam simplesmente repetição de vivências que o casal teve em suas respectivas famílias de origem.


Não vou parar por aqui, continuaremos a falar deste assunto em outro momento, até breve. 


TREINAMENTOS EM HABILIDADES SOCIAIS HABILIDADES SOCIAIS

Classes de comportamentos existentes no repertório da pessoa que garantem a competência social.
Pode acontecer do indivíduo possuir as habilidades sociais, mas por diversos fatores não conseguir utilizá-las.
As habilidades sociais são aprendidas de forma sistemática nas relações interpessoais.

DESEMPENHO SOCIAL:

Qualquer comportamento ou seqüência de comportamentos que ocorre em uma situação e que pode ser caracterizado como competente ou não.

COMPETÊNCIA SOCIAL:
Atributo avaliativo do desempenho social que envolve a funcionalidade, imediata e a longo prazo da utilização das habilidades sociais. A competência social é situacional.
Assertividade:
É uma das principais classes de desempenho socialmente competente e pode ser definida como o exercício dos próprios direitos e a expressão de qualquer sentimento, com controle da ansiedade e sem ferir os direitos do outro.

CLASSES DAS HABILIDADES SOCIAIS

1 – HS de comunicação:
Referem-se ao processo mediador do contato entre as pessoas. Dá-se tanto de forma verbal como não-verbal.
Algumas das principais habilidades de comunicação são: fazer e responder perguntas, pedir e dar feedback, gratificar/elogiar, iniciar, manter e encerrar conversação.

2 – HS de civilidade:
Podem se diferenciar nas diversas culturas existentes, porém alguns critérios de cortesia se fazem necessários em qualquer que seja a cultura como: dizer por favor, agradecer, apresentar-se, cumprimentar, despedir-se.

3 – HS assertivas, direito e cidadania:
Referem-se ao equilíbrio na defesa dos próprios direitos e a não violação do direito do outro.
Entre as principais habilidades requeridas nesta classe estão: manifestar opinião, concordar, discordar, fazer, aceitar e recusar pedidos, desculpar-se, admitir falhas, interagir com autoridade, estabelecer relacionamento afetivo e/ou sexual, encerrar relacionamento, expressar raiva/desagrado, pedir mudança de comportamento e lidar com críticas.

4 – HS empáticas:
Exercitadas como a capacidade de se solidarizar com as situações afetivas vividas pelo outro, as habilidades sociais empáticas incluem em seu contexto a capacidade de ouvir, de validar sentimentos, de partilhar, de expressar apoio bem como se colocar na posição do outro.

5 – HS de trabalho:
Atendem às diferentes demandas interpessoais do ambiente do trabalho objetivando o cumprimento de metas, a preservação do bem-estar da equipe e o respeito aos direitos de cada um.
Incluem: coordenar grupo, falar em público, resolver problemas, tomar decisões e mediar conflitos, habilidades sociais educativas.

6 – HS de expressão de sentimento positivo: fazer amizade, expressar a solidariedade, cultivar o amor.

EXPLICAÇÕES PARA AS DIFICULDADES INTERPESSOAIS

1 - DÉFICITS NO REPERTÓRIO
Esta abordagem supõe que o desempenho socialmente incompetente ocorre porque o indivíduo não aprendeu os comportamentos sociais adequados.
Os programas de habilidades sociais privilegiam a identificação das classes de comportamentos relevantes para o desempenho social e a promoção e aperfeiçoamento dessas classes.

1.1 - DÉFICITS NO REPERTÓRIO
As falhas na aprendizagem no comportamento social podem ocorrer devido:
Restrições de oportunidades de experiências em diferentes grupos culturais.
Relações familiares empobrecidas, com pais agressivos ou pouco empáticos que fornecem modelos inapropriados de interações.
Dificuldades para resolver problemas.
Práticas parentais que premiam dependência e obediência e que punem ou restringem iniciativas de contato social pela criança.
Como as habilidades sociais são progressivamente mais elaboradas com a idade, é importante lembrar que aquilo que se apresenta como esperado numa determinada etapa pode ser considerado deficitário em etapas posteriores do desenvolvimento.

2 – INIBIÇÃO MEDIADA PELA ANSIEDADE
Considera-se que a ansiedade e as respostas assertivas são processos que atuam em sentidos opostos; de um lado a ansiedade inibe as iniciativas de interação, levando à fuga dos contatos sociais; do outro, a aquisição de respostas assertivas pode reduzir a ansiedade.
O THS neste caso focaliza:
Redução da ansiedade através do relaxamento e/ou dessenssibilização sistemática;
Fortalecimento de respostas socialmente competentes, através de técnicas como ensaio comportamental e treino assertivo.

3 – INIBIÇÃO COGNITIVAMENTE MEDIADA
Supõe-se que a aprendizagem dos comportamentos sociais seja mediada por processos cognitivos e que, portanto, problemas nesses processos irão se refletir no desempenho interpessoal.
THS é baseado na reestruturação cognitiva.

4 – PROBLEMAS DE PERCEPÇÃO SOCIAL
Considera-se que falhas na leitura do ambiente podem ocasionar as dificuldades interpessoais.
Objetivos de intervenção em THS:
Promoção do aprimoramento da decodificação dos estímulos do ambiente físico e da situação social.
Identificação dos papéis e das regras sociais.
Esses objetivos podem ser implementados através da modelagem, feedback, instruções e treino assertivo.

5 – PROBLEMAS DE PROCESSAMENTO DE ESTÍMULOS SOCAIS DO AMBIENTE
Esses problemas incluem:
Demora no processamento e na discriminação dos estímulos sociais que pode levar à emissão de comportamentos não pertinentes para o momento.
Inabilidade de decodificar os sinais verbais e não-verbais, por déficits de atenção, levando a comportamentos diferentes dos requeridos para a situação.
Decodificação mediada por estereótipos, ocasionando comportamentos sociais inadequados.
Falha na avaliação das alternativas disponíveis para responder conforme as demandas da situação, o que pode levar a comportamentos excessivos.
Erros de percepção.

TREINAMENTO EM HABILIDADES SOCIAIS

DEFINIÇÃO: conjunto articulado de técnicas e procedimentos de intervenção orientados para a promoção de habilidades sociais relevantes para as relações interpessoais.
Os programas devem visar o desenvolvimento do repertório social do indivíduo para lidar de maneira adequada com seus problemas interpessoais, com base no exercício dos direitos humanos.
PRINCIPAIS TÉCNICAS

TÉCNICAS COMPORTAMENTAIS:

1 – ENSAIO COMPORTAMENTAL
Ensaios de comportamentos-alvo em situação análoga àquelas vivenciadas pelo cliente.
À medida em que o indivíduo corresponde ao padrão desejado, os comportamentos vão sendo reforçados em um processo de modelagem.

2 – REFORÇAMENTO
Está presente em todo o processo de THS.
Reforço positivo: qualquer conseqüência que apresentada em seguida a um comportamento fortalece esse comportamento.

3 – MODELAGEM
Consiste no uso do reforçamento diferencial para desempenhos progressivamente mais semelhantes ao desempenho final desejado.

4 – MODELAÇÃO
Consiste na observação de alguém desempenhando adequadamente os comportamentos alvo.
É utilizada juntamente com instruções, feedback e reforçamento.

5 - FEEDBACK
Funciona como regulagem de comportamento, à medida que o indivíduo percebe como está se comportando e como esse comportamento afeta o interlocutor.

6 - RELAXAMENTO
Objetivo: além do relaxamento em si, ensinar o cliente a perceber seus estados de tensão e conseguir, por si mesmo, relaxar ou controlar a ansiedade de modo a melhorar seu desempenho social.

7 – TAREFAS DE CASA
Objetivo: aperfeiçoar as habilidades treinadas e generalização das habilidades para outros contextos.

8 - DESSENSSIBILIZAÇÃO SISTEMÁTICA
Objetivo: eliminar o medo e a ansiedade nas relações interpessoais.

TÉCNICAS COGNITIVAS

1 – RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
A solução de problemas pode ser definida como um processo cognitivo pelo qual os indivíduos compreendem a natureza do problema e dirigem seus objetivos para a modificação do caráter problemático da situação ou mesmo de suas reações a ela.

2 - INSTRUÇÕES
Explicações dadas de forma clara e objetiva, sobre como o cliente deve se comportar em uma situação interpessoal.